2.12.09

Bradescuzinho do meu coração

            Taí, antes mesmo de fazer a crítica já mudei bastante de idéia. Esses dias estava tentando organizar as idéias pra um post criticando o Bradesco, por alguns inúmeros fatores, quando o tal banco me surpreende, duas vezes: uma boa, outra nem tanto.

            Primeiro, começaram os problemas com o Bradesco da Afonso Pena (aqui em Uberlândia). Foram quase quatro horas na fila pra abrir a conta-salário (mesmo com todos os documentos necessários, todas as assinaturas exigidas e toda burocracia pronta) foram três horas e lá vai cacetada pra chegar à uma atendente responsável por abrir a conta. Não havia lugares para todos sentarmos e poucos atendentes (embora fosse uma segunda-feira normal) – só duas abriam as contas, embora houvesse vários funcionários, hm, bastante tranqüilos eu diria.

            De qualquer modo, o atendimento era leve, e apesar de toda a carga de trabalho pressionando, ambas atendentes estavam com um bom-humor – impressionante.

            Daí o burro aqui resolveu que ia esquecer aquelas malditas letrinhas – e sem letrinhas, não se faz porcaria nenhuma. Não, não é que eu estava em dúvida, mas eu realmente não fazia nenhuma idéia de que letras EU tinha escolhido – óh, ironia.

            Xingando três gerações de castores pela ausência de hemisfério direito inferior no meu cérebro (/responsável pelas memórias, até onde se sabe), fui quase me arrastando para a minha agência.

            (Taí uma forma interessante dos bancos. Minha agência? What the heaven? Tem certeza que eu su responsável por aquilo? – é só uma forma de tirar a culpa do banco. Posso até ouvir a voz da atendente O Sr. deverá estar se encaminhando para a SUA agência para que eles possam estar resolvendo o SEU problema – olha que coisa, a culpa é praticamente SUA, man!)

            Chegando lá, pensei estar no cenário de Advogado do Diabo, não parecia ter vivalma por ali, até que... pra variar a porta automática resolve me travar, of course. Não, eu nunca consigo passar de primeira pela porta. Posso tirar chaves, moedas, máquina digital, celulares, capacetes, canivetes, laptops, maçaricos, ou até uma prensa portátil, não importa: eu nunca passo. É impressionante.

            Aí chegou o tiozim, sempre afoito em ser pró-ativo e ganhar uma promoção da chefe, e disse: deve ser o arame do carderno. OI!?

            Tá, que seja, não vou discutir. Entrando (de fato) na agência, depois de desligada a porta, me encaminhei aos serviços gerais, que ficava quase onde seria a despensa, se aquilo fosse um restaurante. ÓBVIO que lá tinha fila. Mas é LÓGICO que teria. Mas era menor que a dos caixas, se isso serve de consolo.

            Mas em cinco minutos fui atendido pela única pessoa que lá estava.

            Alguém sacou o que eu disse? Em CINCO MINUTOS alguém, dentro de UM BANCO atendeu SETE clientes. Dando resposta para todos.

            Fui, meio crente de que tinha alguma coisa errada, expliquei a minha burrice antológica, ela sorriu, pediu o cartão e falou que ia bloquear e desbloquear o acesso para que eu pudesse escolher novas letras ( D: ). Mas antes de terminar de falar, ela já tinha devolvido o cartão. Não entendi, e falei Ãhm?

            Ela olhou pra mim com aquele olhar de mãe, e disse

 

Pode ir lá fora, já tá liberado.

Oi?

É só ir no caixa automático, e escolher uma nova combinação.

Já?

Já, senhor.

=O

 

E fui. Sim senhores, em cinco minutos fui ao banco, peguei uma fila, resolvi meu problema e voltei à pacata vidinha de interior. Surpreendente.

Mas, como é comigo, tudo não acaba bem assim.

Depois de rapelar minha conta pra pagar minhas dívidas (salário SUPER atrasado, considerando que já até saí do estágio), sobrou uns trocados. Ah, ‘tô fazendo nada mesmo, põe a grana aí na poupança vinculada né, Bradesquinho do meu coração?

Poor thing, diria uma personagem de Sweeney Todd. No outro dia, precisando de crédito para o meu celular, fui atrás do trocado.

Não estava na Conta Corrente. Não estava na Poupança. Tirei um extrato, pra conferir – constava a transferência. Deus sabe onde foi parar meus centavos. Ô laiá, e lá foi o Bradesco de novo parar na minha lista de ódio.

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