19.11.09

Só no CJ, mano jhow.

Anos atrás eu costumava dizer "Coisas bizarras acontecem no A-121". E hoje, eu tive prova de que, por mais que o mundo dê voltas, ainda estamos no mesmo lugar. 

A-121 é o ônibus que passa na porta de casa, o Cidade Jardim, linha pequena, com geralmente apenas um ou dois veículos, que passam de meia em meia hora, ou de hora em hora. E, sabe lá Deus porquê, talvez pelos atrasos que antigamente eram constantes (eu mesmo já cheguei a ficar duas horas e meia sentado esperando o ônibus), as pessoas costumavam conversar no ônibus.

Então, desde 2003, quando estava na oitava série, eu pegava o ônibus, até o começo do ano, quando minha mãe comprou a moto. Mil e um detalhes e desacertos me levaram a voltar para o ônibus esse mês [/espero que acabe em breve, mas nada contra], e não é incomum encontrar os conhecidos (?!) -que não sei, nunca soube nem o nome- daquela época.

Hoje, então, sentou há dois bancos de distância uma mulher, já quase senhora, mãe de uma menina (hoje a menina trabalha como recepcionista), sentou perto de mim, e, como sempre, nos cumprimentamos e ficou por aí.

Passando ali pelo extra, meus pensamentos acerca da moto foram interrompidos grotescamente pelo motorista parando, logo depois da esquina.

Uma nota ali, do lado da lixeira, no meio do quarteirão

Dinheiro, moço, ali, dinheiro - gritava e apontava algum lugar que nao conseguia ver

Não, ele não vai pegar - falou o motorista de repente

Ali óh, a nota!

Vou lá

E, o motorista SAIU do ônibus, correu dois quarteirões e pegou uma nota de vinte reais. Agora, assim, todo mundo ficou abismado pela visão do motorista, ele viu uma nota de vinte, perto de uma lixeira, a cinquenta (sem trema, novo acordo ortográfico) metros de distância, em um quarteirão que ele não ia passar.

O que ele disse?

Dinheiro eu vejo de longe.

Até o terminal central, foram só histórias, lá no fundão sobre perder e achar dinheiro. De corrente de ouro pulando no pescoço a duzentos e cinquenta reais em chão do supermercado ouvi de tudo.

Acredito? Não sei. Acho que nem nesse ônibus eu acredito.

0 Mentira(s):

Postar um comentário

 

©2009Álibi | by TNB