Coleção de Natal
pouco se diz. Tanto se repete, pouco se cria, se descobre. Mas a morte provoca
união, talvez pelo medo de que seja contagioso, ou apenas pela condolência. Não
há melhor remédio pra família brigada, que, infelizmente a morte. De
preferência daquele sujeito que sempre tentou reunir todo ano a família, sempre
frustrado.
Mais frustrante ainda é ver seu sonho realizado. Mas apenas
após seu falecimento. Êta mundinho ingrato. Mas fazer o que, se era o necessário?
Ás vezes é preciso mais que um simples puxão de orelha pras pessoas
consertarem. É preciso que se vá mais além, que mecha com os seus anseios, seus
medos, sua fraqueza. Porque o maior medo de qualquer ser humano é o ficar só. E
desde cedo, aprendemos que a família é tudo que se tem, ou que se deve ter.
Quem tem família nunca fica sozinho.
Por isso, nos aproximamos tanto dos amigos, os tornamos tão
importantes porque estes, sim poderão ser considerados família. Família não é
questão de sangue ou parentesco. Ás vezes nem tanto afinidade. Família é
experiência de vida. Ás vezes um desconhecido que está presente numa situação
de risco repentino e tem um papel significativo torna-se mais íntimo que
qualquer relação sanguínea poderia levar alguém.
O caos aproxima as pessoas. Assim como a dor e o medo. O
caos gera família. Que gera união, e afasta o caos. Ciclo vicioso, que nos leva
a aumentar, cada vez mais, o número daqueles que nós consideramos família. E,
que poderemos contar com tudo pro resto da vida. Por mais nojento, idiota,
caótico, estúpido, carente, irritante, trabalhoso ou surpreendente que seja.
Post dedicado à todos aqueles irmãos que eu tenho, que sabem
que são irmãos. Àqueles que têm buscado me apoiar, mesmo contra minha vontade,
mesmo que eu tivesse fugido de qualquer conversa ou explicação. Àqueles que
sempre confortaram primeiro, para depois perguntar. Àqueles que aconselharam,
foram ignorados e nunca apontaram o dedo acusador.
Quais sejam: Tatá,
Skimo, Cruiz, Indi, Nessa, Buosi, Aninha, Pingüim, Brina, Pati, Mary, João
Álvaro, Phillipe, Henry, Pedrin, Barbie, Larinha, Flávia, Gabi, Ciça, Cris, e mais
tantos outros inomináveis que sempre estiveram ao meu lado.