1.1.10

Aquecimento para o processo

Dia 28 eu resolvi entrar em um tipo de tour forçado pela cidade, já que tinha que resolver a situação do B.O. da tal batida. Saí então, daqui de casa, com o meu pai (ainda não posso dirigir, e de qualquer modo a moto tá parada na oficina) e fomos pro 32 BPM (Batalhào de Polícia Militar, ali no Martins). Chegando lá, conversamos com dois soldados, e eles nos recomendaram procurar o policial que fez o B.O., que apenas ele poderia alterar o documento (até faz sentido, esse pensamento). O.k., rumo à 192 Companhia Militar, ali depois do Tubalina, quase chegando no Jaraguá. Fomos atendidos na recepção, e o soldado dali falou que as retificações só eram feitas no 16 Batalhão – fica no Umuarama do outro lado da cidade.
Aí a história começou a perder totalmente seu sentido. Oras, porque um Batalhão poderia se imiscuir nos Boletins de Ocorrência do outro? Que farra é essa? Tá, não sei de nada mesmo, sou um simples cidadão, né, fazer o que. E vaamos nós atravessar a cidade.

[CONVERSA PARALELA 1 – acontecidos que nada têm a ver com a história em si]

16 Batalhão, e pá e tal, uma hora lá na recepção (o único funcionário estava com um abacaxi nas mãos – 6 pessoas conduzidas à delegacia por porte e plantação de drogas, entre eles um menor). Nessa uma hora, o oficial da recepção conversava.
O que esse povo vale pra sociedade? Nada, não vale nada. Entra aqui, daqui a pouco, dia primeiro sai de novo, ano que vem volta de novo, e nada muda.
O pensamento dele faz sentido – é só olhar as fichas dos réus na Defensoria Pública Criminal, que você realmente vê que o sujeito já tá cansado de ser [s]preso[/s] conduzido. Passa um pouco.
Isso é tudo lixo. LIXO. Entra lá lixaiada. Esse povo não vale nada.
Opa... né? Agora imagina a situação da mãe, vendo o filho menor dela ser chamado de lixo. Ah, cara aí já é demais pra mim.

[/CONVERSA PARALELA 1]


Com essa situação toda tensa, ele pergunta o que quero e... me manda pro escrivão. Não, relaxa, é só virar a esquina aqui, na terceira porta. Tá, né. Tenho nada pra fazer nesse período entre natal e ano-novo mesmo, vamo nessa.
Na porta do escrivão, lógico uma filazinha, duas pessoas esperando. A fila é pouca, mas como é escrivão, o tempo é muito.

[CONVERSA PARALELA 2]

Aí, a viatura, estacionando no lugar errado ó. Depois quer que a gente faz certo

Ah, cara mas onde você queria que ele parasse? Essas vagas aqui tudo são pra viatura, e tem carro particular parado... Se fosse chamar o guincho, pra multar os caras e depois ainda guinchar, ia demorar demais. Tem nego ali, dentro da viatura, não pode enrolar não..
Éé, tá certo. Aqui demora né?
Aham.
‘Tô aqui tem mais de hora, já é o terceiro lugar que venho. Sumiram meus documentos quando fui conduzido, e agora ninguém acha. Hãm, esse pessoal aí dá bola pra gente que é pobre não. A gente não é nada.
Aham...

Não, ele também não estava de todo errado.


[/CONVERSA PARALELA 2]


Entrando no escrivão... 


Queria retificar o B.O., aqui.... 
Não meu filho, quem faz isso não é a Policia Civil não, tem que ser a Policia Militar, se eles não servirem nem pra arrumar o B.O. não tem porque existirem não, é quase a única coisa que eles fazem.. Você tem que ir lá na Companhia que emitiu o B.O., no caso, deixa eu ver, a 192 Cia. e lá eles vão retificar. Se não quiserem, você pode ir no Batalhão, que são os superiores deles, e reclamar.
Mas o Batalhão que mandou a gente pra cá >.<
Eles tem obrigação de corrigir... Mas, se não quiserem, você pode entrar no Juizado Especial, com um processo contra o cara que bateu o carro em você, e já pode cobrar pelas lesões corporais, pelo dano no veículo, se procurou atendimento particular...

E, agora, vamos nós seguir o pedido que eu fiz no começo disso tudo. Entrar na Justiça. Essa história vai longe...

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