Só no CJ, mano jhow.

Anos atrás eu costumava dizer "Coisas bizarras acontecem no A-121". E hoje, eu tive prova de que, por mais que o mundo dê voltas, ainda estamos no mesmo lugar. 

A-121 é o ônibus que passa na porta de casa, o Cidade Jardim, linha pequena, com geralmente apenas um ou dois veículos, que passam de meia em meia hora, ou de hora em hora. E, sabe lá Deus porquê, talvez pelos atrasos que antigamente eram constantes (eu mesmo já cheguei a ficar duas horas e meia sentado esperando o ônibus), as pessoas costumavam conversar no ônibus.

Então, desde 2003, quando estava na oitava série, eu pegava o ônibus, até o começo do ano, quando minha mãe comprou a moto. Mil e um detalhes e desacertos me levaram a voltar para o ônibus esse mês [/espero que acabe em breve, mas nada contra], e não é incomum encontrar os conhecidos (?!) -que não sei, nunca soube nem o nome- daquela época.

Hoje, então, sentou há dois bancos de distância uma mulher, já quase senhora, mãe de uma menina (hoje a menina trabalha como recepcionista), sentou perto de mim, e, como sempre, nos cumprimentamos e ficou por aí.

Passando ali pelo extra, meus pensamentos acerca da moto foram interrompidos grotescamente pelo motorista parando, logo depois da esquina.

Uma nota ali, do lado da lixeira, no meio do quarteirão

Dinheiro, moço, ali, dinheiro - gritava e apontava algum lugar que nao conseguia ver

Não, ele não vai pegar - falou o motorista de repente

Ali óh, a nota!

Vou lá

E, o motorista SAIU do ônibus, correu dois quarteirões e pegou uma nota de vinte reais. Agora, assim, todo mundo ficou abismado pela visão do motorista, ele viu uma nota de vinte, perto de uma lixeira, a cinquenta (sem trema, novo acordo ortográfico) metros de distância, em um quarteirão que ele não ia passar.

O que ele disse?

Dinheiro eu vejo de longe.

Até o terminal central, foram só histórias, lá no fundão sobre perder e achar dinheiro. De corrente de ouro pulando no pescoço a duzentos e cinquenta reais em chão do supermercado ouvi de tudo.

Acredito? Não sei. Acho que nem nesse ônibus eu acredito.

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UNE demonstra a que veio

Alunos da UnB tiram a roupa em apoio à estudante da Uniban

Oi? Como assim? Eu não sei o que me traumatizou mais, a bunda branquela do rapaz (que, por algum acaso, está com a cueca na cabeça), ou a forma de apoio/manifestação dos estudantes da UnB.

De qualquer modo, continuando, como se fosse completamente normal cem alunos tirarem a roupa e saírem andando pelados pela faculdade, ainda me vêm a notícia de que eles entregaram um protesto ao reitor... da UnB!

Meu Deus o que é esse Movimento Estudantil? É isso que se fala na pauta de todos os DCEs, quando citam engajamento? Olha, muito obrigado, mas não quero ser engajado, não.

Porque, se for engajado quiser dizer fazer um protesto ridículo, com uma reunião de nus e seminus, a oito horas de distância de carro do lugar onde a coisa tá pegando, e entregar um protesto a um cara que não tem nada a ver com o assunto, engajado significa ignorante.

E ignorância é a falta de conhecimento, acrescida da falta de vontade de aprender.  Porque as notas de repúdio da UNE são tão zombadas, e nenhum dos congressos estudantis são levados à sério.

O tal 'Movimento Estudantil' paira num ostracismo gigantesco. A vontade de quebrar com a sociedade, com a norma vigente, a sede de se fazer algo diferente é tamanha, que, muitas vezes, as manifestações que eles fazem são tão... nonsense.

Vamos aos fatos. Quais os erros da manifestação contra a Uniban:

1- Tirar a roupa. Definitivamente eu não entendi qual a mensagem que eles quiseram passar. Se formos interpretar, a manifestação parece ser contra a estudante, não a universidade; pois só reforçaria a tese da Uniban de que a aluna desejava causar alvoroço;

2- Falar em liberdade de expressão. Liberdade de expressão é para dizer alguma coisa. Poderiam pedir liberdade de expressão caso alguém barrasse o movimento deles (embora eu ache que andar pelado não seja uma manifestação válida fora de Woodstock), a menos que a Geisy tenha alguma a coisa a dizer (que ela provou não ter por mais de uma vez);

3- Culpar o capitalismo. Sim, eles fizeram isso na carta. Porque, em nome de Deus (não se pode copiar conteúdo d'O Globo, cliquem, e vejam) o capitalismo é culpado pelo irracional?!

4- Entregar uma nota de repúdio ao reitor da UnB. Preciso comentar?

5- Achar que o mérito foi deles. A UNE realmente acha que foi graças à sua ação (vídeo abaixo) política e engajada, que a Uniban voltou atrás, e não à repercussão na mídia.


Antes do vídeo, só repare (não vou falar do grito de guerra estupendo Eu uso o que eu quiser, eu sou (ou não sou) bixete, eu sou mulher), o comentário aos 1:25 a 1:26

'Então tira a roupa pra gente ver'.

Suuper engajado.

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Web 2.0: A falsa liberdade

A internet, mais especificamente, a web 2.0 se espalhou como o meio de expor suas idéias; a liberdade de expressão.

De repente, você podia dar sua opinião sobre qualquer assunto, encontrar pessoas com pensamento semelhante e, principalmente, debater com quem discorda.

E é nesse ponto que a coisa começa a mudar de caráter.

Keep Walking

Segundo o Webdicionário Aurélio:
Debater
v.t. Discutir, contestar, polemizar: debater uma questão.

E no polemizar, surge um problema típico dos meios libertários: A ditadura da maioria.

A partir do momento que um grupo com uma idéia X vê-se como maioria dominante, perde o interesse de trocar idéias com o grupo, minoria, que defende Não-X, desvirtuando qualquer princípio de discussão vindo dessa minoria, partindo para ataques pessoais, e, invariavelmente, vaias.

A vaia numa discussão é atestado de ignorância. É a crença de tudo-sei, tudo posso, porque tá todo mundo comigo - e dane-se se você pensa o contrário.

A gente vê isso mais na prática, olha só onde? Nos movimentos populares, o antro da liberdade - DCEs, Sindicatos. Deixa alguém, de direita, encostar num microfone durante uma Assembléia Geral da UFU, seja de estudantes, seja de técnicos. Antes mesmo da pessoa respirar, sào vaias, xingamentos, garrafas, e tudo mais que estiver à mão - mesmo que a pessoa tenha ido falar do vidro aberto do carro de alguém.

É como não se importasse mais nada naquela pessoa: ela se resume a ser contra X, e, se tem alguma outra idéia, por mais bacana que seja, não podemos prestar atenção, ou parar pra ouvir: ela é contra nós.

E isso já chegou aos blogs, ao twitter. Quantos de nós já não deixamos de postar, ou de twittar alguma coisa pela preguiça de lidar com essa massa?
E isso é liberdade? Ou a ditadura da maioria sempre vai estar presente?

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