Agora a culpa é minha?! (II)

Continuando, então, a rebater a coluna, a autora definiu os motoqueiros como responsáveis pela carnificina no trânsito – e a liberação de moto taxistas seria compactuar com esse rio de sangue.

Corro o risco de derrapar na Lei de Godwin (expressão usada quando se compara falas e feitos ao regime nazista), mas da forma como foi colocado, o motoqueiro é um mal a ser combatido.


Continua lendo a bagaça;

É como se a autora passasse uma borracha em todos acidentes causados por motoristas bêbados, má-conservação das pistas, má sinalização, irresponsabilidade no volante, falta de manutenção veicular, motoristas que dormem ao volante, colocando todos esses acidentes nas costas dos motoqueiros.

“Ah, mas e os motoqueiros bêbados?” pergunta alguém; A culpa é da bebida então, e não da moto, óbvio ._. Seria o mesmo que afirmar que todos que moram na favela são traficantes: Eles não moram na favela porque gostam, ou porque querem, mas, a maioria, porque não tem condição financeira de morar em algum lugar melhor.

Eu nunca vi um motoqueiro feliz porque tivesse que dirigir na chuva, ou porque tinha que entregar a pizza quentinha do outro lado da cidade – se motoboys correm, é porque são obrigados.

Novamente faço uma pausa: há motoqueiros irresponsáveis e idiotas que não respeitam porque não querem – mas são minorias, assim como motoristas de carro que são irresponsáveis, e assim como há idiotas em todo lugar, como diz a comunidade do Orkut.

Mas não se pode tomar a minoria como um todo – nem mesmo se fosse a maioria. Generalizar nunca foi uma atitude muito sábia, mas a maior parte das pessoas só percebe isso, quando estão sendo atacadas injustamente.

É falar que todo funcionário público é folgado, é dizer que toda faculdade particular não tem qualidade, é falar que toda juventude está perdida ou chamar os estadosunidenses de norte-americanos (mexicanos não contam como gente e canadenses não existem, né? /ironia)

 


Read More

Agora a culpa é minha?! (I)

Vou dividir esse post, na verdade em dois, pela extensão da discussão e por abordar, na verdade, dois pontos totalmente distintos sobre a coluna publicada na Galileu deste mês 

-não estou com a revista nesse momento, e, no site, não encontrei informação alguma, amanhã edito o post com o nome da colunista

No primeiro, falo sobre um tema mais pacífico, embora dê abertura para manifestações mais exaltadas daqueles que têm ódio de motos/motoqueiros.

No segundo, comentarei sobre trânsito em geral, estimativas e a generalização que fazem, como se motoqueiros fossem o único mal existente e responsáveis por todo o caos.

Na Galileu desse mês, uma colunista falava sobre a liberação para que as cidades legislassem sobre os mototaxistas.

É um assunto simples, não há muito o que discutir: cada cidade que, de acordo com suas características e desenvolvimento, deve legislar sobre o tema.

Porém, no seu texto, a autora foi extremamente crítica e preconceituosa, afirmou, mais de uma vez, que liberar o trabalho de motoboys e mototaxistas significaria aumentar o número de mortes no trânsito (quanto mais gente no trânsito, maior o índice de acidentes, e consequentemente de mortes, fato), mas, responsabilizou os motoqueiros como únicos causadores de acidentes.

Tipo, oi!?


Continua lendo essa joça!

Ok, existem motoqueiros irresponsáveis, lógico, mas proibir motocicletas não é uma medida nem um pouco sensata. Comassim, os motoqueiros são responsáveis pela carnificina? 

A autora não demonstrou conhecimento da vida em cidades de médio e pequeno porte. Pra quem vive em São Paulo e dirige, de fato, motoqueiros são demônios vivos, principalmente no horário de pico – mas, se eles não estivessem de moto, estariam de carro. E o número de carros duplicaria ou triplicaria, gerando um caos ainda maior no trânsito da cidade – ou alguém discorda disso?

Porém, em cidades com menos de um milhão de habitantes, motos e mototáxis são, geralmente o meio de transporte mais confiável, e barato. Oras, não é todo mundo que pode pagar um carro – e o custo de manutenção de um carro é quatro vezes maior que o de uma moto (podem fazer a conta, eu fiz, quando escolhi comprar uma moto), o que não é nem um pouco viável para quem mora numa cidade sem metrô e com sistema de transporte público deficitário.

Felizmente, não é o caso de Uberlândia; apesar de todos os defeitos e da tarifa incondizente, o sistema de transporte coletivo da cidade é ao menos, eficaz. Porém, em cidades de realmente interior, com menos de 200 mil habitantes, ônibus é uma coisa irreal: imundice, falta de horários fixos, falta de manutenção, e assim por diante.

Nessas cidades a única saída para grande parte da população é a moto. Proibir as motos nessas cidades significaria barrar o desenvolvimento da própria cidade – elas são movidas à motos.

Mototáxis então. Para quem não vive numa cidade com transporte público 24 horas (como o caso da própria Uberlândia, com 700 mil habitantes), mototáxis são o meio mais baratos – o preço do táxi está pela hora da morte.

Uma viagem da rodoviária até o centro da cidade, em bandeira 2, pelo horário, não sai por menos de 20 reais; mototáxis cobram sete. Imagine então quem realmente precisa – quem não tem como pagar um táxi e chega na cidade de madrugada, obviamente moram na periferia – o táxi cobraria um valor astronômico.

Read More
 

©2009Álibi | by TNB